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REFLEXÕES

DERRUBANDO AS BARREIRAS

"Pois, embora vivamos como homens, não lutamos segundo os padrões humanos.

As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas.

Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo."

(2 Coríntios 10.3-5)

 

INTRODUÇÃO

Somos apenas frágeis seres humanos, e há uma luta contra as hostes espirituais da maldade que temos que enfrentar, como disse Paulo em Efésios 6.12: “pois a nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”.

Existem fortalezas, ou barreiras espirituais, que precisamos derrubar, destruir, e não adianta mapeamento espiritual, mandingas gospel, pó do pirimpimpim etc. o que precisamos é de tomar algumas atitudes, desenvolver algumas posturas, usar as armas, ou ferramentas, que são poderosas em Deus.

Então, aprendamos algumas coisas importantes nesta batalha contra o mal, pois, existem barreiras que devem ser vencidas para que nossa vida vá adiante, para que consigamos prosseguir nos propósitos de Deus para nós.

 

  1. COM AS ARMAS DE DEUS, E NÃO COM AS NOSSAS

 

As armas carnais e humanas são: esperteza, habilidade, riqueza, conhecimento, status, cargos, capacidade organizacional, eloquência, persuasão, influência, personalidade forte, família etc. Estas armas, em si mesmas, são inadequadas para destruir as fortalezas espirituais. As únicas armas adequadas para desmantelar as barreiras espirituais, invisíveis a olhos nus, são as que Deus nos dá. E elas são poderosas exatamente porque provêm de Deus e porque são espirituais.

Somos frequentemente tentados a enfrentar os desafios do mundo por meios carnais, com as armas mundanas, como a sabedoria, a filosofia e a psicologia humanistas. Quem sabe umas atrações emocionantes, atividades eclesiais centradas em passatempo etc. Mas, nada substitui as armas dadas por Deus.

 

    2. AS ARMAS DE DEUS

 

São várias, mas, algumas principais são:

1ª Arma: Oração

 “A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5.16). O recurso mais poderoso do cristão é a comunhão com Deus através da oração. E os resultados são frequentemente maiores do que pensamos ser possível.

Algumas pessoas veem a oração como último recurso a ser tentado, quando tudo o mais falhar. Esta é com certeza uma abordagem retrógrada, atrasada, porque a oração deve vir em primeiro lugar, pois o poder de Deus é infinitamente maior do que o nosso, então, só faz sentido confiar nEle. Principalmente porque o próprio Senhor nos encoraja a isto.

Em Atos 16 encontramos Paulo e Silas indo à Macedônia para fazer missões. Entraram em Filipos, primeira cidade daquele local, e buscaram o local da oração antes de mais nada. Ali, uma mulher temente a Deus chamada Lídia, vendedora de púrpura, se firmou com Deus e foi batizada. Eles foram convidados a ficar na casa dela por alguns dias. No outro dia, foram novamente ao local de oração, persistentes na presença de Deus, e uma jovem com espírito de adivinhação passou a acompanha-los por dias seguidos, tentando mostrar seu poder adivinhando quem eram aqueles homens. Esta moça dava lucros para os potentados de Filipos, por isso era protegida por eles. Paulo, incomodando-se com ela, expulsou-lhe o demônio que a usava para adivinhar e, quando os poderosos souberam, mandaram dar uma surra nele e em Silas e o mandaram prender. Prenderam os pés deles em um tronco na cadeia, fazendo com que aquilo fosse a barreira deles.

Perto da meia noite, ao invés de desistirem e de desesperarem, começaram a orar e a cantar enquanto todos da prisão ouviam. De repente, um terremoto, alicerces movendo-se, portas se abrindo, soltas as prisões, os troncos, as correntes, as barreiras, as fortalezas, carcereiro e família convertidos a Jesus! Tudo porque Paulo e Silas começaram a orar perto da meia noite, ou seja, nos limites da situação, quando tudo parecia estar acabado. Foram persistentes, resilientes, não desistiram de orar, e isto lhes gerou até louvores a Deus.

Em 2Crônicas 6 vemos Salomão fazendo uns 14 pedidos a Deus em oração. Desde os mais sérios até os que humanamente poderiam ser considerados menos sérios. Sobre o que podemos orar a Deus? Sobre tudo o que nos preocupa! Um dia, um homem chamado senhor Muëller, dono de um orfanato em Bristol, estava conversando com um doutor na Bíblia chamado Pierson. Enquanto conversavam o senhor Muëller escrevia uma carta, e de repente parou, orou por uns 10 segundos e continuou a escrever. O doutor Pierson lhe perguntou o que aconteceu. O senhor Muëller disse que a caneta parar de funcionar e a carta que estava fazendo lhe era importante. O doutor, incomodado, lhe perguntou se ele orava a Deus até por uma caneta que parava de escrever! O sábio senhor disse assim: “Se você acha insignificante demais para merecer oração, porque não acha insignificante demais para merecer preocupação?” O que nos preocupa, deve fazer sim parte de nossas orações, como diz em Filipenses 4.6: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus”.

Um dia, quando o escritor cristão John Haggai, e seu irmão Tom, eram crianças, seu pai estava trocando a lanterna traseira do carro para sair e resolver algo. As duas crianças brincavam no quintal gramado ao lado do carro. Ao montar a lanterna, o pai percebeu que perdera o parafuso na grama. Chamou os meninos e pediu para ajudá-lo a procurar. Tom, o mais novo, com uns 5 anos de idade, perguntou ao pai se ele havia orado e pedido a Deus para lhe ajudar a encontrar o parafuso. O pai disse que não. Então, Tom, na sua inocência, orou: “Papai do céu, meu pai precisa encontrar o parafuso para arrumar o carro e sair para resolver seus negócios. Por favor, mostre a ele onde está o parafuso!” Ao abaixar a mão, creia, o pai encontrou o parafuso! Às vezes achamos que não devemos orar porque Deus não se importaria, mas, Ele se importa sim com parafusos perdidos, com canetas que não escrevem, com sapatos furados etc.

“Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra”.

(2Crônicas 7.14)

 

2ª Arma: Palavra de Deus

 Um dia, D. L. Moody, grande pregador do Evangelho, disse que orou a Deus fervorosamente pedindo mais fé, e ficou dias a fio aguardando achando que a fé lhe cairia como um raio em sua cabeça. Mas, nada acontecia. Ao ler Romanos 10.17, que diz assim: “Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo”, passou a ler mais a Bíblia, e disse que daquele dia em diante a sua fé foi aumento dia-a-dia.

O que precisamos é nos dedicar à Verdade, vivendo em retidão, leitura da Bíblia e proclamação do Evangelho de Cristo. Esta fidelidade deve ser incondicional. Queremos avivamento? Vida avivada? Em Hebreus 4.12 diz: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz”. Só algo que tem vida pode produzir vida. A Palavra de Deus é fonte geradora de avivamento. Em 2Timóteo 2.15 aprendemos algo interessante: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade”. O que isto significa? Significa que é o nosso contato constante com a Bíblia que gera em nós intimidade com a Palavra de Deus e com a Sua vontade diretiva. Sem direção na vida? Maneje bem a Bíblia, leia-a constantemente, Deus te dará a direção! Tenha a Palavra de Deus como elemento surpresa até mesmo para as astutas ciladas do Diabo! Vejamos o que diz o Salmo 119.11: “Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti”. Guardar significa zelar, proteger, manter sempre à vista, em lugar onde possa pegar na necessidade. Leia a Bíblia, viva a Bíblia.

3ª Arma: Unção

Não estamos aqui falando de talento, habilidade, dons, conhecimento etc. Estes podem existir na vida de alguém sem contudo a pessoa ter unção de Deus! Unção pode até gerar emoção, mas, emoção não tem poder de gerar unção. O que é ter unção? Simples! É ter a Graça de Deus na vida e no que fazemos na vida.

O que é ungir? É untar com óleo! Sim, passar óleo, como diz nas receitas de cozinha! É estar envolvido com a presença de Deus! É buscar fazer as coisas mediante a presença e a autoridade de Deus. A Bíblia fala sobre óleo da alegria, e este óleo é derramado pelo Deus da alegria. Sim, devemos nos posicionar de maneira que a alegria de Deus venha a nosso encontro, como disse Neemias: “E Neemias acrescentou: "Podem sair, e comam e bebam do melhor que tiverem, e repartam com os que nada têm preparado. Este dia é consagrado ao nosso Senhor. Não se entristeçam, porque a alegria do Senhor os fortalecerá" (Neemias 8.10). Será que estamos preocupados em alegrar a Deus no que fazemos?

Ungir também significa dar a alguém dignidade e honra, como era feito no Antigo Testamento com os reis, profetas e sacerdotes, em quem era derramado o óleo da unção para que pudesse entender que a autoridade de Deus estava sobre suas vidas. Não basta, cantar, pregar, ensinar etc. Tem que ter unção de Deus, autoridade divina, graça! E Deus não unge sermões, não unge planos, instrumentos musicais em si, mas sim, unge pessoas, e pessoas de oração, fiéis à Sua Palavra!

Como o azeite é o combustível da lâmpada, a unção é a motivação do crente!

 

CONCLUSÃO

A nossa guerra contra o mal, contra as barreiras, os obstáculos, fortalezas espirituais etc, inclui o alinhamento da nossa mente com a vontade de Deus. Por isso, quatro passos são importantes para sujeitarmos a nossa mente ao senhorio de Cristo:

  1. Saibamos que Deus conhece todos os nossos pensamentos – nada está oculto a Ele. Devemos então ter coerência com aquilo que pensamos, falamos e fazemos;

  2. Saibamos que o verdadeiro campo de batalha é a mente – existem pensamentos que têm origem em nós mesmos, outros, veem do inimigo, e ainda outros de terceiros que tentam palpitar em nossas vidas. Ainda existem os pensamentos de revistas, de filmes, de novelas, de teorias humanistas etc. O que fazer? Resista, rejeite, diga não! Leve cativo o seu pensamento a Cristo;

  3. Seja resolvido ao concentrar a sua mente em Cristo – encha a mente com a Palavra de Deus – hinos, pregações, estudos, boas conversas, bons pensamentos etc. Alguns, normalmente, falam de coisas e de pessoas, mas, os que têm a mente voltada para Cristo, falam de projetos, propósitos, de Deus, de coisas excelentes;

  4. Tenha cuidado com o que seus olhos veem e seus ouvidos ouvem – não deixe coisas ruins invadirem seu coração. Tudo começa com o que vemos e ouvimos, depois, vai para a mente, onde ficamos remoendo aquilo e, se não abortarmos a ideia, desce ao coração.

Mantenha uma atitude cristã bíblica, derrubando as barreiras que te atrapalham a viver o melhor de Deus para a tua vida.

 

JUNIOR BATISTA

Reitor da FHT

Estude conosco e aprenda mais sobre a Bíblia Sagrada. Matrículas abertas para o próximo semestre!

INCONFORMADOS- parte 1

VIDA E OFERTA INCONFORMADAS

“Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.1,2)

INTRODUÇÃO

Paulo resume a vida cristã em uma frase: “Entreguem a vida cotidiana de vocês a Deus: dormir, comer, trabalhar, passear, etc, como se fosse uma oferta”. Deus não joga o nosso passado fora e nos diz que devemos esquecê-lo. Na verdade, Ele usa o material do passado, mas, o refaz, e em Suas mãos nossa história se torna renovada, reeditada.
Deus também não manda vivermos em uma redoma isolados. Ele permite que vivamos o presente, mas, não precisamos nos ajustar demais à cultura contemporânea a ponto de não podermos pensar mais por conta própria. Enfim, ele pede para sermos inconformados com o sistema mundanizado das coisas, ou quem sabe, possamos dizer: o sistema coisificado do mundo.
Ser inconformado é estar fora da fôrma, para que não venhamos a tomar uma forma padrão desfigurada. E nessa questão, a carta de Paulo aos Romanos 12.1,2 nos mostra que podemos ter como contexto para entender isso o sistema sacrificial do Antigo Testamento, quando fala sobre vida e oferta entregues a Deus. Contudo, Paulo dá uma orientação radicalmente nova a estas palavras. Ele mostrou que o cristão, por não usar a mesma fôrma do secularismo, não deve ter a mesma forma que todos têm. Ele fala sobre uma vida de oferta inconformada. Vamos então aprender sobre algumas características da geração de inconformados que Deus deseja que sejamos, pois alguns têm confundido inconformismo como atitudes militantes desrespeitosas para com as autoridades. O que é ser inconformado, no sentido em que Paulo aqui diz?

I. VIDA INCONFORMADA

Sacrifícios substitutivos não mais servirão, pois o que Deus quer é a nossa vida por completo. Por isso, Paulo não abre possibilidade para qualquer escape quanto a isso. Vida inclui todo o nosso ser. O ajuntamento completo dos nossos sentimentos, ações, ideias, cérebro, nervos, músculos, tendências, instintos, percepções... a vida! Sou eu que sou oferecido! Com tudo o que sou.
Quanto de você está realmente entregue a Deus? Você tem fracionado seu sacrifício em alguns meros dias? Quem sabe apenas o religioso “domingo do Senhor”? Só algumas áreas específicas de sua vida? Alguns poucos trocados de dinheiro? Sua vida é realmente inconformada ou você está como a multidão, ou melhor, com a multidão, fazendo o de sempre para Deus?

II. OFERTA INCONFORMADA

O drama do sangue derramado de um sacrifício animal era impressionante em seu simbolismo. Mas, da crucificação de Jesus em diante o animal deixaria de ter valor, a não ser para servir de alimentação. Uma utilidade com vida curta. Esse novo conceito de oferta que Paulo descreve não é menos que um sacrifício, mas, o sangue do sacrifício permanece nas veias, agora, e continua a nutrir a vida do indivíduo. Dessa maneira, a nova oferta ganha um novo sentido.
A oferta do nosso “todo” é a nossa vida em um ato de adoração a Deus, que agrada o nosso Senhor. O culto se relaciona com a nossa vida diária. O foco da adoração está em Deus, e nos envolve em um relacionamento dinâmico com Ele. Trata-se de uma prática essencial e providencia o relacionamento mais profundo possível entre nós e Deus. É uma oferta inconformada, fora da fôrma do tradicionalismo, do mecanicismo, do “faço porque todos estão fazendo; deixo de fazer porque ninguém mais está fazendo”. Como tem sido tua oferta a Deus?

CONCLUSÃO

Paulo faz algo extremo aqui em Romanos 12. Em geral, o culto é entendido como o serviço que se presta a Deus no Templo e no Altar. Um sacerdote o dirige e orienta a participação do povo. O extremo é que Paulo desvincula a palavra culto de suas relações com o Templo e com o Altar, isto é, da igreja física. O culto agora é total. A oferta é de toda a vida. O espaço físico é importante, ainda, mas, não é a base de nosso cultuar a Deus.
Eis aqui uma tensão básica: tentamos confiar o culto à igreja, como se o culto estivesse limitado a uma instituição, a pregações, orações, anúncios comunitários e experiência religiosa. Mas, Deus nos ordena a estender o culto ao lar, ao trabalho, à vizinhança, ao lazer, etc. o culto é o estilo de vida no qual o nosso corpo se torna sacrifício vivo oferecido a Deus. A reunião na igreja deve ser o reflexo disso, e não a base para isso.

 

Reitor Junior Batista 

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